Sectores

Psicológico:
Algo que ninguém pode negar é que uma doença, principalmente se for fatal, causa não apenas sofrimento físico como psicológico. O sofrimento psicológico gera diferentes emoções (
medo, raiva, tristeza, desespero, ansiedade) em cada pessoa, dependendo de alguns factores, como por exemplo, a sua personalidade. Normalmente, este estado psicológico afecta as suas relações podendo levar ao isolamento, dependência e depressão. McIntyre definiu que o sofrimento psicológico é: o sofrimento do doente é um estado de desconforto severo associado a uma ameaça à integridade da sua pessoa como ser biopsicossocial, envolvendo a construção de significados profundamente pessoais, acompanhados de uma forte carga afectiva, e que são passíveis de modificar esse sofrimento.

Espiritual:
A espiritualidade é vista com frequência como uma ponte entre a perda de esperança e a procura do sentido de vida com significado. Pode proporcionar à pessoa que está em fim de vida, um alívio para os seus medos e preocupações, reajustando o que é relevante na sua vida dando importância às pequenas alegrias de cada dia. É necessário esclarecer que uma pessoa em fim de vida é “aquela que apresenta um estado clínico que provoca uma expectativa de morte a curto prazo” (Báron e Feliu 1996, p. 1086). O cuidado espiritual deve ter em atenção todas as experiências e histórias de vida da pessoa. A espiritualidade é: uma necessidade humana incluindo um ou mais dos seguintes conceitos: uma caminhada pessoal para descobrir um significado e uma finalidade de vida (Harrison, 1993) , uma crença em e uma relação com um poder superior (Mickley, Carson, Soeken, 1995), transcendência (Reed, 1987 e Smith, 1994) e agir segundo uma ordem superior (Harrison; Laffrey Crabtree, 1988).

Social:
O sofrimento da dor crónica ultrapassa os limites individuais e afecta também a família. Socialmente, o doente pode sair penalizado pela sua relação com a dor. Esta existe, e transfigura a pessoa, tornando-a irreconhecível perante a sociedade, provocando um sentimento de rejeição por parte do doente. Algumas vezes, o médico, a família, a sociedade e o doente podem ser separados pela interpretação da dor. Uma dor crónica pode transformar um doente num psicopata perigoso. Por vezes a família não nota a diferença.