Palestra "Cuidados Paliativos"

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   No dia 21 de Abril de 2010, inserido no I Fórum - Projectos com Futuro, do Centro de Estudos de Fátima, realizou-se, entre outras, uma Palestra sobre a temática “Cuidados Paliativos”, organizada pelo nosso grupo, com a presença da Dra. Manuela Furtado e Dr. Hélder Lopes, médica e psicólogo, respectivamente, da Unidade de Cuidados Paliativos do Médio - Tejo, Hospital Nossa Senhora da Graça, Tomar.

Foi aberta à comunidade em geral para que todos possam conhecer este tipo de serviços.

   A Dra. Manuela Furtado iniciou a sua Palestra mostrando um pouco da história dos Cuidados Paliativos, tanto a nível mundial, como a nível europeu e a nível nacional. Posteriormente definiu Cuidados Paliativos, apresentou, também, os objectivos fundamentais destes cuidados, algumas fontes do sofrimento dos doentes, bem como resumidamente, o funcionamento da prestação destes cuidados e do funcionamento do trabalho de equipa, inerente a esta prestação. Explicitou ainda no final como doentes que necessitam destes cuidados podem ter acesso a eles.

   O Dr. Hélder Lopes apresentou uma reflexão psicanalítica sobre a aceitação da perda como um fenómeno de aprendizagem, intitulada “O tempo não tem que ter tempo”. Descreveu alguns aspectos importantes sobre o luto, pois perder um ente querido constitui a maior experiência traumática que o Ser Humano enfrenta. Referiu que o processo de luto constitui essencialmente um processo de confrontação e de exteriorização de sentimentos, adequados à diversidade exclusiva de cada um. Abordou o facto de o tema “morte” ser um tema proibido, escondido, porque demonstra a vulnerabilidade da nossa existência, desperta sofrimento. Como explicação do título desta reflexão referiu que “o tempo não tem de ter tempo, o que tem que ter é Qualidade”. Referiu que a perda pode ser um fenómeno de aprendizagem, que nos ensina a percepcionarmos várias competências, tendo os doentes em Cuidados Paliativos muito para ensinar até ao fim. Por último, disse ainda que a morte significa apenas a vida acabada, porque a pessoa que se perde permanece imortalizada dentro de nós. Concluiu dizendo que nunca teremos o comando ou o domínio da quantidade do tempo, mas poderemos sempre comandar o domínio da qualidade deste, e que é fundamental aprender a viver para se ter uma melhor morte.

   Antes de terminar a palestra, houve um esclarecimento de dúvidas, onde a plateia teve a oportunidade de obter respostas às suas questões. Foi também elogiada a coragem dos dois oradores em lidar constantemente com situações tão difíceis.

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