Direitos do Doente Terminal

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Todos os doentes terminais tem o direito de:

Serem tratados como pessoas até ao momento da morte.
Se for diagnosticada uma doença em fase terminal a uma pessoa, essa mesma deve ser tratada e cuidada como pessoa até à sua morte, pois não o deixará de o ser.

Expressar os sentimentos e emoções relacionados com a proximidade da morte.
Todos os doentes em face terminal tem o direito de se poder exprimir e aliviar os seus sentimentos e emoções que se criaram devido à descoberta de uma breve morte, além de serem acompanhados por um psicólogo para que encarem a morte como um processo natural e não com raiva e angustia.

Manter um sentimento de esperança.
Deve-se manter um sentimento de esperança no doente, pois, assim, o doente encontra um motivo para continuar a viver, e não como o seu fim. Assim o doente continuará a sentir que ainda pode ser útil ao mundo.

Manter e expressar a sua fé.
Todo o doente tem o direito de manter e expressar a sua fé, através da religião em que acredita, pois esta lhe dará forças, e encara a doença como o que o seu Deus quis para ele, podendo assim, confiar no transcendente que lhe determina todos os momentos da sua vida.

Ser cuidado por pessoas competentes e sensíveis.
Tal como tem o direito de ser tratado como pessoa, tem o direito de ser bem tratado e acompanhado por bons profissionais, tanto a nível físico como psicológico, para que o doente se sinta bem consigo mesmo e não mal tratado pelos que o acompanham.

Não sofrer indevidamente.
Ninguém tem o dever de sofrer, muito menos alguém a quem foi diagnosticado uma doença terminal, pois, muitas das doenças, na sua fase terminal, provocam imensas dores. Portanto, todo o doente terminal tem o direito de não sofrer na sua última fase de vida, tomando para isso, na maior parte dos casos, opiódes.

Receber respostas adequadas e honestas.
Todos os doentes têm o direito de receber respostas honestas e verdadeiras, pois muitas vezes o doente interiormente já sabe que irá morrer, contudo ainda não sabe decifrar, ficando confuso. Portanto, não contar a verdade, significa alimentar uma ansiedade e cultivar um estado aflitivo de dúvida.

Participar em todas as decisões.
Qualquer decisão deve ter o consentimento e a participação do doente, pois a compreensão do que é mais forte do que o doente e que transcende pela força e pelo determinismo confere-lhe a liberdade de situar o doente no que ele não pode mudar, assim, se o doente participar em todas as decisões dentro das suas condicionantes, não transforma as coisas, mas transforma o próprio doente na medida de ainda poder escolher a sua forma de ser tratado, modificando a maneira de ver o mundo.

Manter a sua hierarquia de valores e não ser descriminado.
Não é por ser diagnosticada uma doença terminal que o doente não tem o direito de continuar a hierarquizar os valores, como sempre o fez. Se um doente hierarquiza os valores de uma determinada forma, tem o direito de o continuar a fazer para além de não poder ser descriminado por isso.

Ter conforto e a companhia dos seus familiares.
Para um doente morrer com tranquilidade, terá, nos últimos momentos da sua vida, de ter conforto, para se sentir bem, num espaço acolhedor, para além de estar acompanhados pelos mais próximos, para que se sinta acarinhado por todos aqueles que ama.

Morrer em paz e com dignidade.
Todo o doente tem o direito de morrer em paz e dignidade, tal como é o principal objectivo dos Cuidados Paliativos, ou seja, o doente deve morrer confortável, sem dor, acompanhado pelos seus próximos, com a sensação que fez tudo o que queria fazer. Este direito, é no fundo, a conclusão de todos os Direitos acima referidos.