Questões Controversas

Deverá o doente saber que está numa fase terminal da sua doença, quando a família pede para que ele não saiba?
                        Todo o doente tem o direito de saber a verdade sobre o estado da sua doença, mesmo que seja uma doença já no seu estado terminal. Habitualmente, a família pede para que este não seja informado, para que não fique desapontado ao saber que a sua vida já não perdurará muito tempo. Contudo, o doente, interiormente, já sabe que vai morrer através de sinais que o seu corpo vai dando enquanto a doença progride, todavia o doente não sabe decifrar correctamente bem esses sinais, o que poderá causar confusão e desconforto ao doente. Por isso mesmo, o cuidador deve contar ao doente o seu estado físico, numa conversa sensível e calma em que o doente adquire respostas a todas as suas dúvidas, para que este decifre correctamente os sinais, não alimentando uma ansiedade e não cultivando uma estado aflitivo de dúvida.

Deve-se dar todos os detalhes da doença ao doente, quando este não quer?
             Para se contar a verdade ao doente, é necessário ter em vista, três perguntas fundamentais, “Como?”, “Quando?” e “Quanto?”. Este caso, diz respeito ao “quanto”, ou seja, o doente tem o direito de decidir o quanto quer saber. Para tal, os profissionais só deverão responder ao que lhes foi questionado pelo doente, não acrescentando mais nenhuma informação. A resposta deve ser simples e clara, para que o doente perceba a resposta facilmente, ao que foi perguntado.

Quando o doente pede para parar de ser medicado, ou deseja outra forma de tratamento, os profissionais devem faze-lo?
            O doente tem direito de ter as suas escolhas, entre elas, a forma que quer ser tratado. Assim, se o doente quer não quer ser medicado ou não concordar com a forma de tratamento, os profissionais devem respeitar a sua opinião e agir como o doente deseja. Contudo, visto que não ser medicado ou não concordar com a forma de tratamento poderá ter consequências físicas, o doente deverá ser sujeito a testes psicológicos, para que se possa comprovar que o doente se encontra consciente das suas acções. Caso, os testes demonstrarem que o doente não se encontra em totais capacidades mentais, os profissionais de saúde não deverão modificar a sua forma de tratamento, apesar do pedido do doente.